SÉRIE: CONFISSÃO DE FÉ DE WESTMINSTER (1643-46)
Postado por Luís Filipe de Azevedo
CAPÍTULO
4: DA CRIAÇÃO
1.
Ao princípio aprouve a Deus o Pai, o Filho e o Espírito Santo, para
manifestação da glória de seu eterno poder, sabedoria e bondade, criar ou fazer
do nada, no espaço de seis dias, e tudo muito bom, o mundo e tudo o que nele
há, quer as coisas visíveis quer as invisíveis.
2.
Depois de haver feito as outras criaturas, Deus criou o homem, macho e fêmea,
com as almas racionais e imortais, e dotou-os de inteligência, retidão e
perfeita santidade, segundo a sua própria imagem, tendo a lei de Deus escrita
em seus corações e o poder de cumpri-la, mas com a possibilidade de
transgredi-la, sendo deixados à liberdade de sua própria vontade, que era
mutável. Além dessa escrita em seus corações, receberam o preceito de não
comerem da árvore da ciência do bem e do mal; enquanto obedeceram a este
preceito, foram felizes em sua comunhão com Deus e tiveram domínio sobre as
criaturas.
CAPÍTULO
5: DA PROVIDÊNCIA
1.
Pela mui sábia e santa providência, segundo a sua infalível presciência e o
livre e imutável conselho de sua própria vontade, Deus, o grande Criador de
todas as coisas, para o louvor da glória de sua sabedoria, poder, justiça,
bondade e misericórdia, sustenta, dirige, dispõe e governa todas as criaturas,
todas as ações delas e todas as coisas, desde a maior até a menor.
2.
Posto que, em relação à presciência e ao decreto de Deus, que é a causa
primária, todas as coisas acontecem imutável e infalivelmente, contudo, pela
mesma providência, Deus ordena que elas sucedam, necessária, livre ou
contingentemente, conforme a natureza das causas secundárias.
3.
Na sua providência comum, Deus emprega meios; todavia, ele é livre para operar
sem eles, sobre eles ou contra eles, segundo o seu beneplácito.
5.
O muitíssimo sábio, justo e gracioso Deus muitas vezes deixa, por algum tempo,
seus filhos entregues a muitas tentações e à corrupção de seus próprios
corações, para castigá-los pelos seus pecados anteriores ou fazer-lhes conhecer
o poder oculto da corrupção e dolo de seus corações, a fim de que eles sejam
humilhados; para animá-los a dependerem mais íntima e constantemente do apoio
dele e torná-los mais vigilantes contra as futuras ocasiões de pecar, bem como
para vários outros fins justos e santos.
6.
Quanto aos homens perversos e ímpios que Deus, como justo juiz, cega e endurece
em razão de pecados anteriores, ele não só lhes recusa a graça pela qual
poderiam ser iluminados em seus entendimentos e movidos em seus corações, mas
às vezes tira os dons que já possuíam, e os expõe a objetos que, por sua
corrupção, tornam ocasiões de pecado; além disso, os entrega às suas próprias
paixões, às tentações do mundo e ao poder de Satanás; assim, acontece que eles
se endurecem sob as influências dos meios que Deus emprega para o abrandamento
dos outros.
7.
Como a providência de Deus se estende, em geral, a todas as criaturas, assim,
pois, de um modo muitíssimo especial, essa mesma providência cuida de sua
igreja e tudo dispõe a bem dela.
Fiquem com Deus,
Pr. Filipe.
(PRÓXIMA POSTAGEM DA SÉRIE, CAPÍTULO 6: DA QUEDA DO HOMEM, DO PECADO E DO SEU CASTIGO)
Pr. Filipe.
(PRÓXIMA POSTAGEM DA SÉRIE, CAPÍTULO 6: DA QUEDA DO HOMEM, DO PECADO E DO SEU CASTIGO)
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